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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Chamados ao amor

A Igreja no Brasil dedica o mês de agosto a refletir, rezar e agir em prol das vocações. Tendo sido batizados, todos os cristãos têm um chamado a responder de forma pessoal. Não é possível fugir da pergunta feita pelo Senhor Jesus a todos os homens e mulheres que o seguem a respeito de sua identidade. Definir-se pessoalmente diante de Jesus Cristo que é Senhor, Messias, enviado pelo Pai, Salvador do mundo e nosso Salvador pessoal é passo que, mais cedo ou mais tarde, deverá confrontar nossa existência.
Todos nós somos levados a definir o próprio lugar na sociedade e serão adequadas para a realização das pessoas as famílias que proporcionarem o espaço para a escolha livre de seus membros. Muita gente faz, inclusive, testes vocacionais, para identificar as aptidões que indicam as possíveis profissões a serem escolhidas. Mas para nós não se trata apenas de meio ou mercado de trabalho, lugar significativo na sociedade, fama ou títulos. Temos a convicção de que não existe cristão sem um olhar pessoal de Deus, ou seja, uma vocação, um chamado.
Se nas famílias nos acostumarmos a perguntar aos filhos e com eles não apenas sobre o que querem fazer no futuro, mas a descobrirem o que Deus pensa deles ou o chamado que lhes oferece, teremos dado um salto qualitativo imenso. Para chegar a isso, há que se criar em casa um clima de escuta e de oração.
O caminho de um discernimento vocacional passa pelo conhecimento da Palavra de Deus, pelo aprendizado do silêncio orante, pelo diálogo dos pais com seus filhos e pela abertura da alma com o confessor e o diretor espiritual. Mas só poderá buscar estes meios quem acreditar que Deus tem algo a ver conosco e não permanece imóvel e indiferente, lá no Céu, quem sabe se rindo de nossas trapalhadas. Entenderá tal processo aquela pessoa que descobriu a presença silenciosa, mas viva, de Deus em sua vida. Poderá criar esse clima a família na qual se aprende a buscar as coisas do alto (Cf. Cl 3,1).
As respostas virão! Primeiro a pessoa descobrirá que não foi feita para fechar-se em si, mas servir e amar. Aprenderá a olhar ao seu redor, não deixando que ninguém passe em vão ao seu lado. Olhará para o mundo como terra amada por Deus, criada como um grande jardim a ser cultivado com amor. Seu relacionamento com Deus não será entendido como obrigação pesada, mas presente gratuito, direito adquirido para esta vida e para a eternidade, pois Ele é Pai amoroso, Filho Salvador, Espírito Santificador, comunhão de vida.
As crianças, adolescentes e jovens, para olharmos juntos para o futuro, poderão abrir-se à maravilhosa vocação do Matrimônio, visto não como um acaso fortuito de relacionamento, mas como chamado à participação na obra criadora de Deus e a estabelecer famílias estáveis, referências para uma sociedade sedenta de amor. As vocações ao sacerdócio, ao diaconado, à vida religiosa e missionária, à dedicação a Deus em comunidades de vida e aliança e outras formas de consagração encontrarão de novo especo privilegiado em nossas casas, readquirindo o direito de presença na alma de todos.
Certas de que existe um olhar pessoal de Deus para cada um, muitas pessoas procurarão sua Paróquia, exercitando a disponibilidade. Há catequistas escondidos, ministros para os vários serviços, gente disposta a assumir trabalhos desafiadores, e estão aí, quem sabe medrosos, dependendo de um apelo como aquele que faço hoje.
E quem já definiu seu estado de vida? Conheço pais e mães de família que redescobriram o encanto de sua existência ao entenderem que não foi apenas seu arbítrio individual que definiu seus rumos de vida. Acompanhei, nos últimos momentos de sua vida, um operário que olhava para suas próprias mãos calejadas, mostrando-as aos filhos, entregando-lhes como herança apenas a certeza de que nunca se sujou com a iniquidade! Vidas realizadas estão pululando perto de nós. O que nos falta são olhos lavados no colírio que Deus dá para enxergar melhor!
Neste mês de agosto, muitas serão as oportunidades para aprofundar o tema vocação. Dia 4 é o Dia do Padre, o segundo domingo é a festa dos pais, abrindo a Semana Nacional da Família. Na festa da Assunção de Nossa Senhora, serão ordenados 33 diáconos permanentes em Belém. No quarto domingo, a vocação de homens e mulheres, leigos, e no quinto, a Catequese será mais conhecida e valorizada.
Durante todo este mês, nosso olhar se voltará para o Senhor, perguntando-lhe: "Que queres que eu faça?". A quem considera exageradamente otimista meu modo de ver, como sonhador em nome de Deus e da Igreja, fica meu desafio. Experimente mudar seu ângulo de compreensão da vida e depois, venha contar-me os resultados. Até hoje, não encontrei quem não se sinta mais feliz ao acolher meu convite, pois estou certo de que há um olhar pessoal de amor de Deus na vida de cada pessoa. 
                                                 Dom Alberto Taveira Corrêa

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