Hoje é

sábado, 8 de setembro de 2012

Homilia dominical: Marcos 7,31-37

31 Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole.  32 Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33 Jesus afastou-se com o homem para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele. 34 Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer “abre-te!” 35 Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37 Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

Comentário Este é o relato da cura do “surdo mudo”. É uma cura dupla, pelo fato do enfermo padecer duas doenças; que por sinal estão relacionadas entre si, pois em geral os surdos falam gritando. O texto é um dos poucos episódios exclusivo do evangelista Marcos, similar ao narrado por ele em 8,22-26. A descrição aqui é muito rica em gestos praticados por Jesus até chegar à conclusão da cura. Há um procedimento longo: Primeiro os habitantes se unem e prestam um serviço caridoso, levando o doente junto a Jesus. Depois o mestre certamente com a equipe caritativa – pois recomenda que não contassem a ninguém, sobre a cura - conduz o homem para fora da multidão (v 33). Logo fica frente a frente com o enfermo; coloca seus dedos nos olhos dele; cospe, e com a saliva toca-lhe a língua: contatos e gestos combinados que se tornam como uma “sinfonia de atenções”. Após o trato meticuloso com o homem, observam-se em Jesus, posturas cadenciadas: eleva os olhos,respira e pronuncia uma palavra. É maravilhoso perceber a paciência e delicadeza de Jesus! O modo carinhoso de tratar um doente já é a primeira medicina que atua na cura dele. Qual é meu comportamento diante do doente com quem convivo ou atendo? A sua melhora ou cura, muita das vezes depende da ação efetiva e mais ainda afetiva do assistente.“pediram que Jesus lhe impusesse a mão” (v 32). Era crença de que o contato físico fosse indispensável para obter a cura (Mc 5,23; 6,5; 8,234). “com a saliva, tocou a língua dele” (v 33). A saliva era tida como remédio, tanto pelos hebreus como pelos pagãos. Jesus usava também esse procedimento (Mc 8,23; Jo 9,6). “Olhando para o céu” (v 34). Elevar os olhos é um modo que acompanhava a oração (Mc 6,41; Jo 11,41; 17,1). “suspirou”. O suspiro manifesta o sentido de compaixão, de comoção que Jesus experimenta diante do infeliz. “Efatá!” é termo aramaico, e que Mc tem o cuidado de explicar aos leitores (Mc 5,41; 7,11). A ordem é dirigida não ao órgão e sim ao doente. “Imediatamente” (v 35). Verifica-se o efeito repentino e potencial da palavra de Jesus.Assim como é eficiente a palavra de Deus Pai na criação (Gn1, 3.6.9.11...) o é a palavra do Filho na recuperação da saúde, seja ela qual for.

Pe. Romeu Ferreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário